terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Pandorga - Linha reta e linha "barriguda"

Muita gente já "soltou" uma pandorga na vida, inclusive eu, várias vezes na praia, pois o vento é propício para isso e quase não há obstáculos que atrapalhem. 


No cenário ideal, a linha fica perfeitamente reta e formando um triângulo retângulo perfeito para calcular a altura da pandorga em relação ao chão. Sabendo o comprimento da linha (hipotenusa), é possível utilizar o famoso Teorema de Pitágoras na Trigonometria no Triângulo Retângulo. Os ângulos nesse tipo de triângulo são sempre 30, 60 e 90 graus, dando sempre a soma de 180º. Isso se aprende no Ensino Médio.



Mas, na realidade, não é isso que ocorre. Na linha da pandorga sempre fica uma "barriga", uma curva, por mais que o vento seja forte. 
Aí, tem que utilizar uma matemática mais complexa, ou seja, calcular a área desse triângulo curvo meio de uma Integral, do famoso Cálculo Diferencial e Integral, que se aprende somente em curso superior. Isso desde que se saiba o comprimento da linha.
Aí, depois sim, é possível calcular a altura da pandorga em relação ao chão.

Uma Integral é a soma de várias áreas do triângulo e comprimentos minúsculos da linha.
Agora, se o comprimento da linha for pequeno, aí ela pode ficar reta.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Eleições 2020 - 2º Turno - Nos bastidores IIII

 Agora, vamos testar as urnas eletrônicas. Mas antes, tem retirar a caixa dos armários, desencaixotar as urnas e colocá-las nas mesas.



O que tem que verificar no teste como rotina:

-Vídeo
-Teclado aleatório (terminal eleitor)
-Auto falante (bipe terminal eleitor)
-Áudio
-Sensor da fonte (retirar e ligar na tomada)
-Sensor de chave (colocar, girar a chave e retirar)
-Teclado TM (terminal do mesário)
-LED TM
-LED segurança
-Bipe TM
-LCD TM
-Impressão de boletins (tem que imprimir o xadrez para testar a impressora e o relatório de estado da urna)

Vídeo do teste



Apareceu essa tela, tudo certo com a urna. Pode ir para a Seção Eleitoral.

Cada urna tem o seu slot nos armários, de acordo com o número da seção eleitoral. Se colocar uma urna no slot errado, está feita a confusão. Depois de testá-las, tem que encaixotar tudo de novo, guardar nos armários, retirar e desencaixotar um novo lote e testar novamente. Vamos trabalhar p*! Vocês só pensam em bobagens,  festas e bebedeiras! Vamo c*! Anda logo com essa p*! Deixe de moleza! Detesto gente lerda, lenta e devagar! A Eleição se aproxima e nós estamos atrasados por causa de ressaca de bebedeiras de vocês! Só eu trabalhando a pleno praticamente! 

Mesas prontas para colocar e testar um novo lote de urnas. Vocês vão para festa após o expediente, eu ainda vou trabalhar mais um pouco em casa testando sites e aplicativos, fazendo relatórios de bugs e um caso de teste para executar! 
Eu sou terceirizado e pago para trabalhar prestando serviço para o cliente, no caso a Justiça Eleitoral, e não para ir em festas e beber. Para mim ir em festas após o expediente, teriam que me pagar horas extras em dobro!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Canoas Retrô XVIII - O mito da Passarela da Cabeça

 

Policiais e peritos observam a cabeça

O mito da Passarela da Cabeça

Por Edison Barcellos

Historiador e pesquisador

Até 1976, Canoas contava com alguns locais, que serviam como pontos de referência, cito, o Avião, 1968, Taças da Corsan, 1973, Calçadão 1974 e outros. Mas no inicio do mês de fevereiro de 1976, além de ponto de referência, surgia uma das lendas urbanas mais conhecida e lembrada da cidade.
A Passarela da Cabeça, está, em grande medida, no imaginário canoense, sendo tema de trabalhos acadêmicos, roteiro de filme e reportagens.


O enredo da história, se dá entre a noite do dia 1ºe a madrugada do dia 2 de fevereiro.
Os personagens principais, tratavam-se dos comparsas Adílio Roseno Mendes conhecido como Parafuso, 24 anos e João Carlos Bertotto Paz, vulgo Carlinhos, 22 anos, ambos moradores do Bairro Mathias Velho. Conhecidos como praticantes de roubos e furtos nas redondezas, tiveram um desentendimento que os levaram a ameaçar-se mutuamente, onde um mataria o outro e colocaria sua cabeça em praça pública.
Bar do Motorista, Bar Pinheirinho, Boate da Célia e Bar Madrigal, são alguns dos locais frequentados pela dupla na época, citado em depoimento.

Curiosos reunidos em torno da passarela

Conforme processo judiciário, a arma do crime, uma faca de 30 centímetros, foi retirada de uma borracharia por Carlinhos, ao qual tinha a intenção de assassinar Parafuso. Os dois deslocam-se até o dique, onde Carlinhos planejou uma emboscada para seu comparsa, forjando uma história onde mostraria uma bicicleta furtada. No local, porém Parafuso desconfia da trama e consegue se esquivar do golpe e armado também,  aproveita para sacar a sua faca e desferir inúmeros golpes em seu cupincha.


Carlinhos teve sua cabeça decepada por Parafuso, relatado minuciosamente em seu depoimento. Em seguida sai do local crime, percorre um roteiro entre bares do centro da cidade, onde dança, namora, alimenta-se, com objetivo de formar um álibi e depois retorna no Dique e põe em pratica sua vingança.
Esconde a cabeça dentro de um pacote, pega um táxi e vai até a passarela que liga o Bairro Marechal Rondon com o Centro, próxima da sede da 3º Companhia do 3º Batalhão de Policia Militar responsável pelo policiamento na época antes da criação do 15º BPM.

No local, abriu o saco e deixou a cabeça de Carlinhos cair, ajeitando-a com os pés. Depois abandona o local.
A cabeça é encontrada por um vigilante que retornava do trabalho, no qual avisa a policia. O local é isolado e cercado pela imprensa, fotógrafos e curiosos.
Parafuso após 2 anos, depois de circular pela cidade, é abordado pela polícia e conduzido para a delegacia, onde acaba confessando o crime.


Julgado em 1977, foi condenado a 9 anos de reclusão, em julgamento tumultuado, com ameaça de bomba na sala de juri na Câmara de Vereadores. Seis dias após a condenação Parafuso é encontrado morto por enforcamento na cela 4 da Galeria 2 da Penitenciaria Estadual do Jacuí. Seu advogado Vanderlei Ramos alegou legitima defesa. Deixou duas cartas uma para a sogra Dona Derli e outra para sua noiva Selma.

O crime da cabeça mexeu tanto com a cidade que acabou prejudicando a campanha do prefeito Geraldo Ludwig para que a população utilizasse as passarelas na BR-116.
A passarela até hoje, depois de 45 anos é referenciada nas rodas de conversas como a Passarela da Cabeça, embora sua arquitetura já tenha se modificado.



Fonte: Facebook - Notícias da Aldeia - Canoas