Av. 17 de Abril (antiga Av. Principal). O nome da avenida se deve a data oficial de criação do bairro: 17/04/1987, há 31 anos na data deste post.
Vamos invadir tudo! Essa joça está abandonada há anos! Não chamam ninguém! Chega de tanto descaso!
O bairro, localizado na parte nordeste da cidade, foi ocupado no dia 17 de abril de 1987, e é uma das mais conhecidas ocupações do sul do Brasil. Segundo as associações de moradores, a população é de cerca de 90 mil pessoas em 5.924 mil moradias[carece de fontes] (casas e blocos de 4 andares, 4 apartamentos por andar).
O bairro também possui um comércio bem expressivo e diverso, mas principalmente voltado aos habitantes locais. Esse comércio é mais intenso na entrada do bairro, na avenida 17 de Abril.
O Guajuviras é dividido em setores (1, 2, 3, 4A, 4B, 5 e 6) e cada setor é dividido em quadras (de A à Z). Até existe uma numeração para as ruas, mas ela é ignorada pelos habitantes, já acostumados aos setores e quadras (mas quem não é do bairro geralmente fica confuso com esse tipo de endereço). Dentro do bairro ficam as avenidas 17 de Abril (antiga Principal) e Avenida Esperança. A avenida Boqueirão, uma das mais importantes da cidade, passa na entrada do bairro.
Os problemas de alagamento foram resolvidos após o registro das invasões encontradas na parte baixa do bairro por parte da prefeitura, assim como os problemas de saneamento básico.
Guajuvira é o nome de uma árvore que foi comum na região do bairro antes da urbanização e ainda há um exemplar na entrada do bairro.
No fim dos anos 1980
“Vejo o Guajuviras bem mudado, pois quando vim para cá em 1987, não tínhamos nada aqui. Eu trazia todos os dias uma sacolinha de pão e um galão de água,” lembra Oraides Gomes, morador do Bairro desde a ocupação original. Muitas são as histórias contadas pelos moradores do Guajuviras, que completa 30 anos no dia 17 de abril.
O jornal O Timoneiro circulou pelas ruas do Centro Habitacional, que é o segundo maior bairro da cidade de Canoas, e conversou com a comunidade. Muitos relatos trazem exemplos de superação, sacrifícios e esperança de dias melhores. “Comprei um terreninho que tinha umas carreiras de tijolos em cima. Vim para cá, trazendo apenas meus dois filhos e a esperança de dar certo. Tudo era sacrificado, mas ainda estou aqui,” relata Nelci Quadros, também moradora desde a ocupação e que há dois anos abriu no bairro sua própria loja de confecção.
“Por volta das 22 horas, no dia 17 de abril de 1987, eu ocupei o espaço onde é até hoje minha casinha. Faz 30 anos que estou neste lugar”, lembra emocionado, Ercy Rocha, fundador do Supermercado Rocha. “Como comerciário, o Guajuviras é uma benção para mim. Quero manter meu trabalho e dar emprego aqui”. Em 1998 o comerciário comprou dois lotes no Guajuviras, levou alguns anos construindo e no dia 15 de novembro abriu as portas do Supermercado Rocha, até hoje instalado no mesmo local. “Eu deixo meus carros na rua, meus clientes me acompanham desde 1990. Eu ando feliz neste lugar que me acolheu.”
O subprefeito Nordeste, Dr. Gemelson Pompeo , lembra da sua chegada no Guajuviras em 1996, quando foi trabalhar como médico nos postos de saúde. “ Acompanhei o crescimento do local, que não tinha asfalto nem iluminação. A melhoria da infraestrutura mudou muito a autoestima da população.” Para Pompeo, o papel do poder público é dar as diretrizes e o suporte que o povo precisa. Pois ao mesmo tempo, a população se sente mais valorizada e vai ajudando nesta construção de um futuro melhor. “O povo daqui é muito lutador, se fixaram no Guajuviras em busca da construção dos seus sonhos. Precisamos buscar essa identidade do bairro e dar o suporte que precisam.”
Tudo começou com uma grande invasão da antiga COHAB, aqueles prédios ao fundo em 1987. Um bairro de gente simples, humilde. Há violência, mas é assim mesmo em qualquer periferia neste país.
Expectativa para o futuro
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já trabalha na ampliação e reforma do posto de saúde Guajuviras II. “Para 2017, também esperamos que saia do papel o projeto da construção de um novo posto de saúde que será feito em uma das áreas que ocorreu a reintegração,” afirma o subprefeito, Dr. Pompeo. Ele que também é médico concursado da Prefeitura e vem aderindo à iniciativa de voluntariado, comenta que além dessas iniciativas, ainda está ocorrendo o mutirão de atendimento em saúde, “ o mutirão ocorre nos postos e hospitais, na tentativa de se colocar em dia as demandas que estavam reprimidas nessa área”.
Na área da Segurança Pública, ações de operações integradas com Guarda Municipal, Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil ocorre com o objetivo de combater ao crime. “Mais de 17 ações integradas, inclusive com outros municípios, ocorreram em 2017, e obtivemos resultados satisfatórios, graças à organização das ações”. Segundo Pompeo, muitos crimes se dão na extensão da BR, em sua maioria com relação ao roubo de veículos. “A ideia ao longo do tempo é restringir os acessos da BR para se ter um controle e evitar esse tipo de ação.”
Sobre os focos de alagamentos da região, a subprefeitura em parceria com a Secretaria de Serviços Urbanos (SMSU) vem intensificando o recolhimento dos entulhos e atuando na fiscalização dos infratores que descartam o lixo de forma irregular. “Talvez poucas pessoas saibam, mas um dos motivos que agravam a situação dos alagamentos é o descarte de entulhos, areia, detritos de obras nas ruas. Eles são levados para os esgotos e entopem as tubulações”, salienta Pompeo. Para ele, é muito importante o auxílio da população nesta questão. A comunidade precisa estar atenta e preocupada com a limpeza e organização do bairro, denúncias devem ser feitas para que o trabalho seja cada dia mais efetivado.
O descaso do governo com as obras do conjunto habitacional na época motivaram as invasões
Sobre o “Guaju”
É o 3º maior bairro do Rio Grande do Sul, ficando atrás dos bairros Mathias Velho e Restinga, em Porto Alegre. O Guajuviras possui comércio ativo, sendo quase uma cidade a parte dentro de Canoas.
Fonte: Jornal O Timoneiro e Wikipédia