domingo, 10 de dezembro de 2017

ULBRA Canoas - Estádio abandonado



Em 2004, um time novato fez sucesso no Campeonato Gaúcho, eliminando o Grêmio e disputando a final contra o Inter. Sua campanha havia sido tão boa que a partida de volta do mata-mata decisivo foi jogada em sua casa.
Em 6 de junho de 2004, o Complexo Esportivo da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) recebeu 10 mil torcedores para assistir à virada colorada por 2 a 1 sobre a Ulbra. Alex Martins abriu o placar para os donos da casa, mas Edinho e Nilmar marcaram os gols do tricampeonato do Inter treinado por Lori Sandri.
O Sport Club Ulbra seguiu com bons times e incomodando os grandes no Gauchão. Mas as diversas crises pelas quais passou a instituição, a partir de 2009, fizeram com que a mantenedora da universidade passasse a investir exclusivamente no ensino – cortando o dinheiro que bancava o esporte. Assim, apenas o vôlei da Ulbra sobreviveu, devido a parcerias com a iniciativa privada. No futebol, o time foi desfeito e o clube se licenciou da Federação Gaúcha de Futebol. Com o encerramento das atividades profissionais, o Complexo Esportivo da Ulbra, estádio que sediou a final de 2004, também foi afetado. Ele ainda foi utilizado pelo Canoas, um clube formado por empresários, que disputou divisões inferiores até 2010.
Porém, a partir de então, o estádio passou a ser aberto apenas para sediar aulas do curso de Educação Física da Ulbra. Após a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, o rigor na fiscalização do Corpo de Bombeiros para a liberação do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) aumentou. O Inter chegou a surgir como salvação, quando, em 2015, negociou assumir o estádio a fim de utilizá-lo para suas categorias de base. Mas optou por seguir alugando a Morada dos Quero-Queros, em Alvorada. E a Ulbra fechou os portões de seu estádio, pela falta de recursos para investir nas adequações exigidas pelo Ministério Público. O cálculo para cumprir as melhorias e estar de acordo com o PPCI é de, no mínimo, R$ 800 mil, com exigências que vão desde a instalação de hidrantes até barras antiesmagamento.



– Sem um parceiro que banque as reformas, não temos previsão de reabrir o estádio. A direção da Ulbra estabeleceu que todos os recursos serão destinados ao ensino. E, até agora, as parcerias propostas não foram nada boas para nós – diz Alexsandro Bauer, coordenador do Complexo Esportivo da Ulbra.
Com o estádio enxugado para 6,4 mil pessoas, devido à obrigatoriedade da instalação de cadeiras, o campo da Ulbra em nada lembra os tempos de Primeira Divisão. Ainda que haja manutenção mínima, o piso da pista atlética está avariado e parte do teto das cabines de imprensa caiu. Mas o gramado é constantemente aparado para receber os alunos da faculdade. Os vestiários, os alojamentos e as salas das comissões técnicas estão em completo desuso. Alexsandro Bauer chega a sugerir que a prefeitura de Canoas banque uma equipe de futebol feminino.
– Fomos procurados até pela Federação Gaúcha de Futebol para colocar o estádio em condições de receber jogos de competições sub-20. Mas, sem um parceiro que banque as melhorias, não sabemos quanto tempo vai demorar para reabrir o estádio. No momento, por mais que nos doa, por mais triste que seja, é mais fácil deixar fechado do que colocar o público em risco. É claro que uma edificação sem manutenção acaba se deteriorando – lamenta Bauer. – Me questionam: “Quando a Ulbra voltará?”. Não há resposta a essa pergunta.

Fonte: Jornal Zero Hora

Sinceramente, o futebol não faz a menor falta por aqui, pois já tem o Vôlei Canoas que a Unilasalle abriga bem no Centro e a cidade tem problemas graves como a segurança, saúde e saneamento básico.

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